Demorou cinco anos para Romagnoli desfrutar seu maior feito no San Lorenzo
No dia 2 de setembro de 2009, eu tive a oportunidade de desembarcar em Buenos Aires para acompanhar pela primeira vez uma partida in-loco pelo Futebol Portenho. A missão no país era para a cobertura das Eliminatórias da Copa do Mundo entre Argentina e Brasil, mas não poderia desperdiçar a oportunidade de acompanhar uma partida do campeonato argentino. Ainda mais do atual campeão da Libertadores, o Estudiantes LP.
Coincidentemente, a partida marcava nada menos a reestreia de Leandro Romagnoli pelo San Lorenzo. O jogador havia recusado, dias antes, uma alta proposta do Fluminense. “Me ofereceram o dobro, mas escolhi o coração”, disse um dia após ter assinado com o San Lorenzo, clube que o revelou.
O taxista me deixou no Nuevo Gasómetro do outro lado da entrada da imprensa. Passei pelo meio dos torcedores, que eram revistados. Muitos me olhavam por eu estar de mochila e com uma credencial. Fui saber depois que eu passei no meio da Gloriosa, a barrabrava do clube, que como toda organizada, odeia jornalista (quem não odeia?).
O jogo não foi dos melhores, mas aquele rapaz, que voltava ao clube por amor a camisa, recusando um salário astronômico, decidiu. Fiquei surpreendido com o seu nível, principalmente pelo tempo que ficou parado. Marcou um golaço de falta e iniciou a jogada do gol de empate. O resultado só foi graças a Leandro Romagnoli.
Após o empate em 2×2, no Nuevo Gasómetro, tive a oportunidade de entrevistar Pipi com exclusividade. “Quero sempre coisas grandes. Minha mentalidade é ganhar e ganhar. E vim para cá para isso”, disse o jogador na época, em um bate-papo de quase três minutos, em cinco respostas do jogador.
E justamente ao fim de seu contrato, o seu maior êxito foi obtido. O sonho alto de títulos, sem dúvida estava a Libertadores da América. Nesses cinco anos, além das lesões e suspensões – inclusive neste torneio – quase caiu para a segunda divisão argentina, conquistou títulos com o clube e obteve o tão sonhado troféu.
“Estou feliz de ter vindo para cá (…). Trabalho no San Lorenzo porque quero ganhar muitas coisas aqui”, disse há cinco anos. Hoje, manteve um pouco de seu discurso. “É emocionante conquistar um título num clube onde comecei minha carreira”, destacou em entrevista ao repórter André Hernán, do SporTV.
Claro, como torcedor declarado do Vélez Sarsfield, fico triste pelo título do San Lorenzo. Mas fico feliz por ver um jogador que marcou a história deste site – que ganhou uma nota no Olé, inclusive, dia seguinte após o jogo. E como disse ao fim daquela nota, o San Lorenzo vá desfrutar feitos importantes. E assim o fez.