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Francescoli e Beto Alonso voltam ao River!

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Com as Libertadores de 1986 e 1996

Evidentemente que não para jogar. Também não vieram como dupla técnica (como Alonso fez com o ex-colega Reinaldo Merlo em 1989): Ramón Díaz ainda segue. El Beto e El Príncipe chegaram para funções administrativas. Além disso, o mítico Amadeo Carrizo, tido como maior goleiro argentino, ficou de ser nomeado presidente honorário. O River tenta ainda trazer Cavenaghi novamente.

Após um bom primeiro semestre de 2013, em que foi o vice do belo Newell’s no Torneio Final da temporada 2012-13, o River deu uma senhora desandada no semestre atual: 17º colocado em um torneio de vinte times. A pífia campanha foi “coroada” com a perda da vaga na Libertadores 2014. A vaga teria sido sua se o San Lorenzo não tivesse sido o campeão do Torneio Inicial de 2013-14.

O novo presidente do Millo, Rodolfo D’Onofrio, substituiu um decepcionante Daniel Passarella nesta semana. Buscando resgatar o prestígio do time, chamou dois dos maiores ídolos do rico passado riverplatense, ao passo que o técnico Díaz, o mais vitorioso do clube na função (clique aqui), chegou a ter seu futuro dado como incerto. Mas, a princípio, sua continuidade foi garantida por D’Onofrio. Norberto Alonso e Enzo Francescoli são dois dos apenas quatro jogadores que o River brindou com um jogo-despedida – os outros foram Ángel Labruna (clique aqui) e Ariel Ortega (clique aqui).

Alonso e Enzo tiveram trajetórias de idas e vindas por Núñez. Curiosamente, na infância torciam por outros clubes: Beto era racinguista e o uruguaio, Peñarol, até já tendo afirmado que sua primeira alegria no futebol foi justamente a final em que os aurinegros souberam vencer de virada o River na final da Libertadores 1966, derrota que custou aos Millonarios o apelido de Gallinas.

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Em seus jogos-despedida

Ambos eram os experientes líderes dos dois títulos do clube na Libertadores, em 1986 e em 1996, tanto que se aposentaram pouco depois. Desde que Francescoli (que já havia apoiado D’Onofrio nas eleições de 2009) se retirou, o River nunca mais foi tão temido. Sobre El Príncipe, que chegara a Núñez em 1983 justamente por indicação de Alonso, já escrevemos um especial: clique aqui.

Já Alonso não é tão conhecido fora da Argentina, a não ser como o meia que os militares teriam imposto na convocação de César Menotti na Copa 1978, na vaga que poderia ter sido do adolescente Maradona, canhoto como ele. Ter se contundido no meio da Copa (foi justo ele o único do River que não seria titular) também não o fez ser tão lembrado para além do seu país. Mas o colega Fillol, indagado pela Placar, já afirmou “sem dúvida” em 2005 que Beto foi o melhor argentino que viu em campo depois de Maradona.

Beto foi um dos primeiros rotulados de “Pelé Branco”; até conseguiu marcar no Independiente em 1972 aquele gol que o brasileiro não fez no Uruguai na Copa 1970, lance mais lembrado até que o fantástico placar de River 7-2 nos campeões da Libertadores daquele ano. Era só seu segundo ano como profissional, mas já brilhava: bancado por outro brasileiro, Didi, técnico do River, comandara já em 1971 um 3-1 sobre o Boca em que o River, devido a uma greve de jogadores, teve que usar seus juvenis.

Alonso foi protagonista da metade final dos anos 70. Primeiro, o clube encerrou em 1975 jejum de 18 anos sem títulos, seca que ficou ameaçada de continuar: o meia ficou seis rodadas suspenso na reta final, voltando na antepenúltima. O River ainda era líder, mas estava pressionado justo pelo Boca como segundo e nos quatro jogos anteriores havia perdido três e empatado outro. Pela frente, o San Lorenzo, que perdeu por 2-0, dois gols de Alonso: “voltou Alonso, voltaram os dias felizes. Agora sim: River respira, sorri, sonha e festeja”, escreveu-se na época na principal revista esportiva argentina, a El Gráfico.

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Terão sucesso como “managers”?

Na metade final da década, o time compensou tanto jejum enfileirando diversos campeonatos argentinos, proporcionando ao meia tamanha moral que não titubeou até em peitar o mítico Alfredo Di Stéfano ao desentender-se com ele, que voltara ao clube para ser técnico em 1981: “ou ele ou eu”. A diretoria optou por Di Stéfano (sócios enfurecidos com a decisão chegaram a rasgar carnês) e Beto se “exilou” por um tempo no Vélez. O último ano de Alonso como profissional foi em 1986.

Foi o ano mais dourado do River, campeão de tudo: nacional, após cinco anos de jejum (em que o time pôde dar a volta olímpica na Bombonera após vitória por 2-0 no Superclásico com dois gols de Beto), a primeira Libertadores (ele, único remanescente do vice nela em 1976 para o Cruzeiro, marcou no jogo de ida da final, praticamente garantindo o título ao anotar os 2-0 sobre o América de Cali na Colômbia) e o primeiro mundial, último jogo dele até sua partida-despedida em junho de 1987.

Alonso está otimista: já declarou que “no torneio que vem, seremos campeões”. “O River é muito grande para deixar uma mesquinharia que não serve, que não conduz a nada”, afirmou provavelmente sobre Passarella, desafeto desde os tempos em que ambos jogavam juntos. Sobre o agora ex-presidente, enfatizou diretamente que “essa soberba que teve Daniel Passarella em toda a sua gestão e que o levou a ter uma gestão muito pior que a de Aguilar se deveu por não ter-se deixado ajudar”.

Já Francescoli, que por sua vez já não teria boa relação com o técnico Ramón Díaz, já teria, antes mesmo de assumir oficialmente como secretário do River, iniciado seus primeiros contatos em busca de um reforço, outro uruguaio: ninguém menos que o capitão da Celeste, Diego Lugano.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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