Primeira Divisão

Resumo da rodada tem Arsenal batendo no San Lorenzo

Artilheiro Furch saiu do banco para virar o jogo para o Viaducto
Artilheiro Furch saiu do banco para virar o jogo para o Viaducto

Rodada de sábado começou na Floresta, com All Boys e Colón. Jogo fraco e com resultado justo: 0x0. Depois o Rafaela bateu no Argentinos por 1×0, Quilmes surpreendeu o Belgrano, em Córdoba, também por 1×0. Mas o jogo do sábado era outro. Ele aconteceu em Sarandí, onde o Arse recebeu o San Lorenzo para confirmar sua excelente campanha e vencer o rival direto por 2×1, de virada e nos acréscimos da partida. Em campo, estavam equipes alternativas, já que os dois treinadores preferiram poupar seus elencos para o confronto final da Copa Argentina. Talvez pelo nervosismo do elenco reserva do ciclón, dois de seus jogadores deixaram a equipe com nove homens em campo.

Arsenal de Sarandí 2×1 San Lorenzo

A formação das equipes já denunciava que o jogo nãos seria grande coisa. E não foi. Foi de dar sono; foi de doer e foi principalmente um exercício de paciência para a torcida que foi à “cancha Grondona”. O primeiro tempo foi tão ruim que nenhuma das equipes conseguiu levar perigo ao arco do rival. Ainda assim, foi o San Lorenzo que teve duas chances. Bastou a Campestrini que aparecesse com apenas uma de suas mãos para não deixar a pelota morrer dentro das redes.

Na segunda etapa, o Ciclón seguia mandando na partida e o resultado disso era produto de sua forma de atuar. A equipe de Pizzi procurava os flancos do campo para alternar o jogo e pegar a defensiva local de surpresa. Para tanto, o jovem Villalba era fundamental. Ainda assim, poucas chances eram criadas de lado a lado. O Arsenal errava em centralizar o jogo pelo centro da área e não conseguia penetração, pois o Ciclón se compactava bem para se defender, trancando a área de Torrico.

O problema é que logo aos três minutos, Navarro recebeu o segundo amarelo e foi para o chuveiro mais cedo. Problema maior para o Viaducto, que nem assim conseguiu reagir diante de um rival que protagonizava o encontro e que puco a pouco sinalizava a possibilidade de chegar às redes de Campestrini. Não que o Ciclón fosse todo criatividade, longe disso. Aos 19, Gentiletti repetiu a atitude de Navarro e deixou o conjunto cuervo com nove homens em campo.

No banco de reservas, Alfaro fazia o possível para despertar sua equipe à necessidade de se aproveitar da situação e vencer a partida. Alertava também para o perigo do contragolpe, já que o Arsenal praticamente deixava sua defesa desguarnecida. Nesse momento, o San Lorenzo parecia bem mais perto de abrir o marcador que o rival.

E foi o que aconteceu aos 28 minutos. Valendo-se de um contragolpe rápido, Piatti fez ótima jogada individual e arrematou com qualidade: 1×0 Ciclón. A reação veio primeiro do banco de reservas. Alfaro colocou em campo o artilheiro Furch e ele não desperdiçou a primeira oportunidade que teve. A trama foi um raro momento de técnica e beleza da equipe local. A pelota foi servida por Aguirre e Furch arrematou cruzado para empatar: 1×1.

A partir disso, só deu Arsenal de Sarandí. As modificações de Alfaro finalmente resultaram em uma equipe com a pegada forte que a faz uma das escoltas do líder Newell´s. Assim, Torrico precisou aparecer algumas vezes para evitar o desastre. O porteiro fez sua parte até quando deu. Porém, o esquema defensivo do Ciclón estava comprometido com a desvantagem de dois homens a menos. Correndo em dobro, a zaga do San Lorenzo estava exposta a falhas absolutamente naturais. Juntando isto ao volume de jogo do Arsenal a receita resultou fatal para o conjunto de Pizzi.

De tanto insistir, Julio Furch virou o jogo para o Arse, aos 46 minutos de jogo. A trama do ataque local foi das melhores, mas o gol teve a participação da zaga cuerva. Catalán não conseguiu cortar uma bola fácil na área e a pelota foi cruzada a meia altura para Furch guardar: 2×1 Arsenal. Com o resultado, o conjunto local ultrapassa o Ciclón e encosta no líder Newell´s, com 23 pontos. Agora as duas equipes se encontram no meio de semana para a finalíssima da Copa Argentina. Com a presença de todos os titulares, a partida promete muito mais emoções do que as que ocorreram apenas nos minutos finais, em Sarandí.

All Boys 0x0 Colón de Santa Fe

Anfitrião para o Colón, o Albo não soube tirar proveito dos desfalques do rival. O Sabalero foi à Floresta sem Alcoba, Irribari e, principalmente, Tito Ramírez. De certa forma, o conjunto de Falcioni soube manter o domínio da pelota na maior parte do tempo. Justo é também reconhecer que a trama do meio para o ataque foi frequente. Só que o último passe carecia de precisão e oportunizava à defensiva sabalera que se safasse bem das dificuldades. Assim foi dentro de campo e assim era por todo o tempo nas arquibancadas: também sem grandes emoções. E de tal forma foi assim que apenas no segundo tempo que o Albo local chegou pela primeira vez à meta sabalera.

Já o Colón tampouco conseguia se animar dentro de campo. Embora tenha melhorado nos minutos entre os 15 e os 30 minutos da segunda etapa, a produção não foi suficiente para levar sustos à meta de Cambiasso. O resultado deixa Falcioni em corda bamba. Após a derrota para o Godoy Cruz, na rodada anterior, o treinador já entregara seu cargo, sem contudo ser demitido pela direção do Albo. Já o Sabalero, corta a sequencia de cinco derrotas consecutivas, mas se mantém sem grandes pretensões na competição.

Atlético Rafaela 1×0 Argentinos Juniors

No Nuevo Monumental, em Rafaela, La Crema não deu chances para o Bicho e somou mais uma vitória em seus domínios, em que se faz senhor absoluto no Torneio Inicial. O gol da vitória saiu aos 31 minutos da primeira etapa, através de Diego Ferrera, após excelente trama ofensiva e uma assistência primorosa de Albertengo, destaque do Rafaela na competição.

O resultado ficou barato para o Bicho. Já na primeira etapa La Crema poderia ter ampliado a vantagem, já que não dera campo para o rival e sempre procurara manter a pelota no campo ofensivo. E o que confirma esta tese foi a própria melhora do Argentinos, na segunda etapa. Treinados pelo tempestuoso Caruso Lombardi, os garotos colorados da Paternal não voltariam do intervalo sem uma atitude ofensiva. E foi o que aconteceu.

Desta forma, enquanto o Bicho buscava o ataque, criava várias chances e obrigava o porteiro Conde a mais uma excelente jornada, La Crema respondia com autoridade e com condição de ampliar o resultado. Com o triunfo, o Argentinos segue na zona da degola, enquanto o Rafaela chega à quarta colocação no Torneio Inicial.

Belgrano 0x1 Quilmes

Considerando as performances das duas equipes se faz normal o choque e a surpresa do resultado em Córdoba. Não que o Pirata não tenha jogado bem. De certa forma produziu um volume de jogo ofensivo para chegar às redes de sua visita. Só que faltou intensidade ao conjunto de Zielisnki. E o jogo era para o Quilmes, que se apresentava bem diferente das jornadas anteriores. Nos cinco últimos jogos, o conjunto de Vivas não conheceu vitória e tampouco havia marcado um único gol. Em Córdoba foi diferente. Não fosse pelo porteiro Blázquez e o Cervecero teria vencido fácil já na primeira etapa.

O gol da vitória saiu aos 28 minutos e teve a participação fundamental de Miguel Caneo, melhor homem em campo. Após ótima jogada, o engancje serviu a Alan Alegre, que guardou. Restou ao Belgrano buscar a igualdade, mas longe de consegui-la, correu riscos seríssimos de levar mais gols ainda na primeira etapa.

No segundo tempo, O Quilmes parecia disposto a manter seu grande volume de jogo. Porém, sua principal jogada de perigo, logo aos cinco minutos, foi quase a única no complemento. O Pirata melhorou e foi para cima do rival. No entanto, o que se viu foi um Belgrano com volume de jogo, intensidade e um grande ímpeto na busca da igualdade. Só que a essas características não se juntou a principal: criatividade. Tanto foi assim que embora o conjunto de Zielinski dominasse o jogo, Peratta precisou ser eficiente apenas em uma grande jogada do Pirata. Com o resultado, o Quilmes quebrou uma racha de 524 minutos sem vitórias. Já o Belgrano perde a invencibilidade de seis partidas sem conhecer uma derrota.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

doze − 3 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.