San Lorenzo

Caruso Lombardi: “quero atropelar um jornalista e fazê-lo sentir dor”

Tudo o que o San Lorenzo não precisava neste momento é de mais polêmica. Porém, os dirigentes do clube deveriam ter pensado nisto quando buscou os serviços do técnico Ricardo Caruso Lombardi. Revoltado com a cobertura de alguns repórteres, Caruso fez duras ameaças públicas à imprensa e garantiu que se pudesse passava com o seu carro por sobre o corpo de alguns. As declarações chamaram a atenção do presidente do clube, que deverá exigir que o técnico se retrate. Este é somente mais capítulo do difícil dia-a-dia do clube de Boedo.

Dirigentes de um clube afundado em problemas institucionais devem pensar muito bem em quem contrata para a sua comissão técnica. Não pareceu ter sido o caso do San Lorenzo ao contratar o polêmico treinador Ricardo Caruso Lombardi. O resultado não poderia ser pior.

Em depoimento a uma rádio local, o treinador havia dito que concordava em 80% com Daniel Passarella nas críticas que o mandatário do River andou fazendo recentemente à imprensa. “Há alguns repórteres que são maus. Porém, não digo maus repórteres, mas más pessoas. Eu afirmo que se algum repórter aparecer na minha frente, e se eu estiver dirigindo, faço questão de passar por cima dele e quebrar-lhe todos os ossos”, disse Caruso.

Nesta terça-feira, Caruso voltou a fazer a mesma ameaça pública: “há certos jornalista que quero muito atropelar. Fico profundamente incomodado com os jornalistas que querem me destruir; meu desejo mais sincero é o de atropelá-los com meu carro”, disse Caruso Lombardi, deixando claro que não aceita nenhuma opinião dos periodistas a seu trabalho.

E o treinador ainda disse que “há um repórter em particular que me daria ainda mais felicidade se eu pudesse passar por cima do corpo dele e causar-lhe muita dor ao quebrar todos os seus ossos”, ameaçou Caruso a um repórter de campo, em especial, de quem ele se negou a dizer o nome.

As declarações não soaram bem dentro do clube. O presidente Matías Lammens disse que vai avaliar as declarações e, possivelmente, aplicar uma sanção ao comandante técnico. “Não queremos um escândalo por dia no San Lorenzo”, disse Lammens. E continuou: “tampouco quero que nossos empregados se manifestem de forma violenta. Deixo claro que repudio quaisquer manifestações de violência”; assegurou o presidente do clube de Boedo.

O cartola ainda garantiu que “na noite desta terça-feira, a direção do clube fará uma reunião, na qual será avaliada uma possível pena a Caruso. Poderemos fazer o mesmo com Alvarado e Palomino, que brigaram dentro do vestiário”.

Por fim, o cartola fez questão de se diferenciar da postura de Caruso Lombardi. “Não gostei nem um pouco das declarações de Caruso; peço perdão aos jornalistas em nome do técnico, que por sinal deveria fazer o mesmo”.

Quando Lammens fala que envolverá outros dirigentes no assunto, quer dizer que conversará com Marcelo Tinelli, que também não gostou das declarações do treinador e que parece ser um dos mais convencidos quanto à possível pena ao polêmico treinador. “Essas palavras não possuem o espírito do San Lorenzo e estão muito distantes do que pensamos das relações entre clube e mídia esportiva. Repudiamos qualquer declaração de violência e de nenhuma maneira vamos tolerar isso dentro do clube.

Como homem da mídia argentina, Tinelli disse ainda que “nossa postura foi sempre a de lidar com a imprensa da melhor maneira possível. Queremos que o San Lorenzo seja um clube com as portas abertas para os jornalistas, pois eles estão trabalhando e têm o direito de criticar e manifestar as suas opiniões”, finalizou Tinelli.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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