Tinelli, Caruso Lombardi e Carlos Abdo: tudo segue igual no San Lorenzo

Longe de levar tranquilidade ao San Lorenzo, a permanência na elite já aponta para a continuidade da crise. O pivô disso é a volta dos possíveis investimentos do empresário Marcelo Tinelli, rechaçados por Madelón quando era o técnico do Ciclón. A chegada do empresário coloca tudo em rota de colisão no clube.

Apenas poucas horas depois de se manter na primeira divisão, já voltaram os problemas no San Lorenzo. Isso porque Carlos Bueno acusou o técnico Caruso Lombardi de ficar com 100 mil pesos que Tinelli prometera para o elenco. O caso ficou meio que engavetado da mesma forma que engasgado para Bueno e outros atletas do elenco.

Depois disso, veio a decisão do empresário Marcelo Tinelli de voltar a investir forte no clube. Convém lembrar que o antigo técnico Madelón havia rechaçado esses investimentos e que isso, supostamente, teria motivado o começo de sua instabilidade no cargo de comandante do time. E se houve um problema com o antigo treinador, o mesmo parece ocorrer com o atual, Caruso Lombardi.

Caruso havia dito que jogadores de peso não o agradariam pois lhe causariam problemas de vestiários. Como a influência de Tinelli parece considerável, o próprio treinador perefeiu equacionar sua opinião. Em vez de criticar, preferiu sair com sua baixa ironia de sempre. Após aceitar três nomes, dos quatro oferecidos por Tinelli, ele disse que “se eu monto essa equipe e me mandam embora ficarei feliz do mesmo jeito, enquanto me pagarem pelo contrato”.

O clima não é dos melhores e boatos, no clube, dão conta de uma possível renúncia de Carlos Abdo, o presidente. Para substitui-lo, Tinelli já teria uma lista de empresários de onde sairia o novo mandatário do clube. Algumas versões dão conta de que os próprios investimentos de Tinelli seriam motivados pela certeza sobre a renúncia de Abdo. Se isto acontecer, a sequência de Caruso no comando técnico ficaria praticamente descartada, já que até em razão de problemas financeiros, Abdo estaria disposto a manter o atual treinador para não ter de pagar por dois ao mesmo tempo.

“Eu sou um empregado do clube e se me dizem que vão trazer outro treinador só me resta partir…e, claro, dizer a eles que me paguem tudo certinho o que me devem”, disse Caruso Lombardi, dimensionando bem o trato dos dirigentes com o seu trabalho.

Caruso Lombardi teria apresentado uma lista enorme com 60 nomes. Não que o clube precisasse contratar todos, mas apenas alguns que fossem possíveis. Sua ideia, a princípio e expressa na lista, era a de montar uma equipe com atletas de médio e alto nível; alguns com o perfil de B Nacional ou de outras categorias do acesso.

Tinelli não quer nem saber dessa lista. Seu olhar é para jogadores como Chori Domínguez, Denis Stracqualursi e muitos outros. Aparentemente a única coincidência seria o nome de Román Martínez, do Tigre. Dos quatro nomes conhecido que Tinelli já ofereceu ao clube (D´Alessandro, Diego Valeri, Aguirre e Pablo Mouche) Caruso teria aceito três. “Porém, se trago somente jogadores desse tipo com certeza terei problemas de vestiários”, disse o ex-treinador do Quilmes.

A situação segue indefinida e tensa. Cenário dos piores possíveis para um clube que por muito pouco não foi parar na segunda divisão argentina. Neste sentido, independentemente dos nomes que possam chegar, o clube de Boedo já flerta insistentemente com a crise, tudo o que o clube não necessita para a temporada que começa no dia 03 de agosto.