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Clubes aprovam mudanças na estrutura do futebol argentino, mas mantém os torneios curtos

A assembléia da AFA se reuniu nesta terça para avaliar as modificações na organização do futebol argentino propostas por Julio Grondona. Quase todas foram aprovadas, exceto o fim dos torneios curtos. Ao contrário do que desejava a presidência da AFA, o país seguirá tendo dois campeões por ano.

Sendo assim, a mudança importante que ocorreu na primeira divisão foi o sistema do rebaixamento. A Promoción foi extinta, e será jogada pela última vez ao fim da atual temporada (o que vale para todas as divisões). A principal divisão do futebol argentino rebaixará 3 equipes por temporada, duas pelo sistema de promédios e um pela pior pontuação na soma dos dois torneios (ou seja, serão duas tábuas de descenso independentes uma da outra).

A B Nacional também foi afetada pelas mudanças, e passará a ter 22 clubes, o que significa que este ano haverá um acesso extra na B Metropolitana e outro no Argentino A, para que o aumento de participantes ocorra. Assim como nas outras divisões de acesso, a B Nacional passará a ter dois descensos, um por promédio e outro na soma anual.

A classificação para a Libertadores sofreu uma mudança, com a inclusão do campeão da Copa Argentina, o que só valerá para 2014. Em 2013 representarão o país os dois campeões de 2012, os dois melhores na soma do ano e o melhor argentino da Copa-Sul-Americana. No ano seguinte, uma das vagas para os melhores na soma anual será substituída pela vaga ofertada ao campeão da Copa Argentina.

A Copa Sul-Americana também terá um novo sistema de classificação, e diferentemente da Libertadores, escolherá seus representantes não pela performance no ano, mas na temporada anterior. Assim, no torneio estarão os dois campeões argentinos da última temporada e os quatro melhores na soma Apertura + Clausura, sem exclusão dos que tiverem disputado a Libertadores no mesmo ano.

Finalmente a Copa Argentina será disputada de fevereiro a novembro, sem o atual caráter itinerante. Apenas Boca e River continuarão jogando no interior do país.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

14 thoughts on “Clubes aprovam mudanças na estrutura do futebol argentino, mas mantém os torneios curtos

  • Denis Marques

    Que confusão :D

  • Diogo Terra

    Na boa, prefiro aquele campeonato maluco proposto ano passado do que continuar com torneios curtos. Pelo menos duraria a temporada toda.

    Tipo, nesse formato atual, tu perde uma e empata outra e já fica cinco pontos atrás do líder. Não se tem mais tempo, calma e paciência para formar equipes.

    Houve época em que se acreditava que dividindo a temporada em Clausura e Apertura os campeonatos não se arrastavam. Claro, no ambiente imediatista que tomou conta do futebol argentino, dane-se se o time é bom ou não, o importante é bola na rede – ainda que impedido e fazendo falta no goleiro…

    E a imprensa (a argentina, não o FP :) ) reclama da instabilidade dos treinadores e da pressão por resultados dos torcedores… quando ela mesma alimenta o ambiente de vale-tudo, de “ganar como sea” e outras sandices.

  • Caio Brandão

    o “Prom” legal é a Promoción, e não os Promedios. Mas tiraram justamente ela. Argh…

    Se for para manter os torneios curtos (outra doideira), eles deveriam ao menos ser apenas turnos, com o campeão de cada um classificando-se à Libertadores mas se enfrentando em uma final para definir o vencedor da temporada. Mais ou menos como o que houve entre Newell’s e Boca em 1991… a partir dali, como o Boca perdeu, resolveram que os turnos se tornariam campeonatos separados mesmo (ao menos foi a impressão que ficou).

  • Caio Brandão

    O único acerto deles foi ter garantido ao vencedor da Copa Argentina um lugar na Libertadores. Senão, o torneio só seria valioso para os pequenos, como algo simbólico.

  • Elsio Limoeiro Filho

    Não é só aqui que fabricamos “gênios” !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • Leandro lituano

    No Brasil a coisa é bem mais organizada . Foi-se o tempo da bagunça nos calendários e de viradas de mesa.Pena que tem gente que não reconheçe isso …Fórmula do BRASILEIRÃO , é perfeita , seja para rebaixamento, classificação para Libertadores ( sendo também obtida com uma vaga PARA O CAMPEÃO da Copa do Brasile se, somente se, um time brasileiro for CAMPEÃO DA COPA SULAMERICANA, não se for o melhor time do país na competição )…A Argentina é uma bagunça , econômica, política e futebolistica .

  • Douglas

    Tiago, perante a bagunça reinante no futebol argentino, pra você qual seria a formula melhor? Eu acho que deveria acabar com o Clausura e Apertura, fazendo da temporada como se faz na europa: 38 rodadas, de Agosto a Maio, sem promédios e promoción, os três ultimos caem, valendo assim para todas as divisões…

  • Renato Pais da Cunha

    Leandro Lituano, se na sua opnião, a Argentina é uma bagunça econômica e política, ocupando o lugar
    de 45ª no IDH, como você classificaria o Brasil que ocupa o lugar de 84ª ???

  • Diogo Terra

    A Lituânia está à frente de Brasil e Argentina. Talvez seja o parâmetro dele :-D

  • Tiago de Melo Gomes

    Eu gostei da maioria das mudanças. Só acho que:

    1) O sistema de promédios é inaceitável. E haver descenso por promédios e pela tábua anual fará tudo ainda mais complicado.

    2) Como o Diego disse, os torneios curtos fazem com que “planejamento” seja uma palavra inexistente. Só existem resultados imediatos, o que é um câncer para o futebol argentino.

  • Felipe

    O problema é que a Argentina é um país de proporções continentais, como o Brasil. E, tendo um número considerável de equipes profissionais, com pouquíssimos campeonatos que premiem (basicamente o Argentino e, agora, a Copa Argentina, além dos torneios sulamericanos), faz-se necessário a permanência de dois campeonatos por ano, para garantir renda aos clubes. Ao que me parece, as equipes menores passaram a concorrer realmente contra os cinco grandes argentinos a partir da implantação do apertura e do clausura. Mas ainda acho mais interessante uma fórmula como a adotada na Inglaterra: os campeonatos anuais, a copa nacional e as copas das ligas. Talvez a implantação de um campeonato metropolitano e de campeonatos regionais – para os clubes que não disputem os torneios sulamericanos durante o ano – paralelamente ao campeonato argentino, seria uma alternativa de renda interessante. Concordo com o Caio: os playoffs eram a parte mais interessante do clausura hahaha.

  • Douglas

    Realmente Tiago, dois torneios anulam qualquer possibilidade de um planejamento minimamente razoável para os clubes… Infelizmente a bagunça segue…

  • pqp! vao ficar mais complicado e bagunçado ainda! os caras conseguem piorar o q ja ta ruim!
    po a ideia do apertura e clausura é otima!
    o q devia mudar nisso é o sistema de rebaixamento!
    eles até acertaram na vaga pra libertadores para o campeao da copa argentina!
    mas esse tal de promedio é escrotal!
    devia ser rebaixado apenas os 4 times q fizeram as piores campanhas na soma do clausura com o apertura! assim valendo pra todas as divisoes!

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