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Boca Juniors: Uma história vencedora na Copa Libertadores de América – Parte 4

O quarto título em 2001

Após a tríplice cora de 2000, tornando assim um ano inesquecível (Libertadores, Intercontinental e Apertura), o Boca seguiu dando continuidade ao trabalho, e foi em busca de seu quarto título na Copa Libertadores e consequentemente o bicampeonato. Neste momento a equipe Xeneize perde El Titan Palermo, que se transfere para a Europa, indo jogar no Villareal da Espanha.

Em uma campanha quase perfeita, a mancha foi a derrota na primeira fase, uma goleada por três a zero contra o Deportivo Cali da Colômbia, a mesma equipe que já havia vencido por dois a um dentro da Bombonera.
A equipe de Bianchi chegou à classificação para a segunda fase, conseguindo a primeira posição na tabela do grupo oito, com 15 pontos, assim, indo para as oitavas de final contra o Corporación Deportiva Junior, ou simplesmente Junior de Barranquilla, na Colômbia.

Com dois gols de Chelo Delgado e um de Román, o Boca virou o jogo em cima da equipe colombiana que ameaçou engrossar, e saiu vencendo por dois gols logo na primeira etapa. Na partida de volta um empate pelo placar mínimo, gol de Schelotto, levou a equipe azul y oro para a disputa nas quartas contra o Vasco da Gama.

Se pouca gente no Brasil sabia sobre o trabalho do Boca Juniors nesta época, Guillermo Barros Schelotto e companhia fizeram questão de mostrar ao campeão da Taça João Havelange como caminhava a equipe de Carlos Bianchi. Com um resultado global de quatro a zero, a equipe Xeneize venceu por um gol de Schelotto dentro do Rio de Janeiro e atropelou em casa por três a zero, com um de Matellán e Schelotto arrasador, fazendo dois.

O próximo adversário seria o Palmeiras, certamente uma das equipes brasileiras que mais dão trabalho ao Boca na competição, vide a histórica goleada de 1994 por seis a um em São Paulo. Porém, a história foi diferente, mas não muito menos complicada que da última vez que as duas equipes tinham se encontrado. Com dois empates por dois gols em São Paulo e em Buenos Aires, a partida foi para os pênaltis. E assim como a final do ano anterior, mais uma vez o Boca saiu com a vitória. Nesta época todos discutiam sobre a tática da equipe de Bianchi conseguir êxito nas disputas de pênalti.

Abaixo, o vídeo do jogo de volta com a disputa de pênaltis (Mas só para constar, Juan Román Riquelme foi um monstro nesta partida… O jogador recebeu o prêmio de melhor jogador na final da Copa Libertadores 2001)
httpv://www.youtube.com/watch?v=EQlK1zwf2O0&feature=related

Classificado para a final, o Boca Juniors agora enfrentaria o Cruz Azul, do México. O resultado de igualdade nas duas partidas fez com que a disputa mais uma vez fosse para as cobranças de pênalti. Curiosamente o Boca venceu no México e foi batido dentro da Bombonera pelo placar mínimo em uma partida de tirar o folego.

Assim, mais uma vez o Boca de Bianchi e do MONSTRO Oscar Córdoba, foi para a disputa de pênaltis, e que curioso… Venceu outra vez, dessa vez pelo placar de três a um.
Na definição por pênaltis, converteram para o Boca: Juan Román Riquelme, Mauricio Serna e Marcelo Delgado. Jorge Bermúdez errou sua cobrança acertando o travessão.

Do lado do Cruz Azul apenas Juan Francisco Palencia converteu. Oscar Córdoba pegou o tiro de Pablo Galdames. José Alberto Hernández e Julio César Pinheiro erraram suas cobranças sendo que este último foi o que deu o título à equipe Xeneize.
httpv://www.youtube.com/watch?v=R2Pm7aqqAiI

A busca pelo Tri para no Paraguai

Com todos os problemas do planeta envolvendo o treinador Carlos Bianchi e o então presidente do clube Mauricio Macri, em uma relação nada amistosa graças às diferenças entre ambos e que vinham desde a época de sua contratação, sendo que alguns dirigentes se opunham a sua permanência no clube, o clima não era nada favorável para o treinador.  O clima ficou mais tenso entre as partes e Bianchi anunciou antes da final da Copa Libertadores de 2001 que não renovaria com o clube e seu contrato tinha data de término para 31 de dezembro daquele ano.

O caldo engrossou quando Bianchi deixou Macri falando sozinho na conferência de imprensa dias antes da partida contra o Vasco pela Copa Mercosul, no dia 23 de setembro de 2001. Em um ato totalmente deselegante, Macri exigiu explicações e desculpas públicas sobre a opção de Bianchi pela não renovação. O treinador saiu da coletiva sem olhar para trás e deixou o dirigente sozinho.

Com isso a equipe perdeu seu maior referencial, e assim ficou pelo meio do caminho na disputa da Copa Libertadores 2002, sendo eliminado nas quartas-de-final. Aliás, foi um ano nada bom, com derrota por goleada para o River por três a zero, no Clausura onde saiu apenas com a terceira colocação e viu o River sagrar-se campeão. Também ficou pelo meio do caminho na Copa Sul-Americana, quando foi derrotado pelo Gimnasia y Esgrima La Plata. No Apertura a equipe bateu na trave ficando com a segunda colocação e assim o ano foi sem conquistas.

No final do ano após uma incrível comoção da torcida Xeneize, Bianchi voltou a o clube e com alguns acertos de contas e exigências feitas, estava pronto para ir em busca de mais uma Copa Libertadores.
Colaborou: Martín Russo

Junior Sagster

Jornalista esportivo, formado em Comunicação Social/Jornalismo. Acompanha o futebol argentino desde a Copa do Mundo realizada no México em 1986, quando viu pela primeira vez Maradona jogar pela Seleção Argentina. Em sua carreira como jornalista tem 06 anos de experiência, 02 em redação e 04 em assessoria de imprensa esportiva.

6 thoughts on “Boca Juniors: Uma história vencedora na Copa Libertadores de América – Parte 4

  • carlos eduardo

    Que saco esse monte de especiais sobre o Boca, e sempre com o mesmo autor?Esse cara deveria abrir um blog da torcida bostera aqui no Brasil, porque é isso que tá virando esse site aqui. em nome do que esse exagero? Poxa se o Boca voltou pra libertadores faz um especial só falando dos títulos e das perspectivas do time, da prepaação, e etc. Cade todos os titulos do Indepediente, do Vélez e do outros? Acho que todos os membros do site deveriam rever isso, incrívl como vocês não se tocam que essa atitute tá errada e não é jornalismo sério.

  • Junior Sagster

    Olá, Carlos Eduardo! Boa tarde!

    Obrigado por seguir o nosso site, e pelo jeito não tão de perto, como posso observar.

    O Boca Juniors é a equipe que conseguiu mais títulos da Copa Libertadores, depois do Independiente, equipe que não conseguiu se classificar para o torneio; O Boca é a equipe de maior torcida na Argentina e uma das que mais tem torcedores e seguidores por todo o mundo, isso inclui o Brasil.

    Não se trata de bairrismo, nem de focar em uma única equipe, uma vez que sempre, e quando digo sempre, é sempre mesmo, temos especiais de várias equipes em várias situações, especiais de diversos jogadores, competições, da Seleção, e por ai vai… Sendo este especial focado nesta equipe em particular, por todos os motivos já apresentados, e justamente por eu ser um dos setoristas responsáveis pelo Boca Juniors e por entendermos que o assunto merecia uma atenção maior.

    Entendo sua revolta, mas quanto ao jornalismo sério, caso não tenha acompanhado o último ano, cobrimos de maneira igual todas as equipes e independente de sermos torcedores ou não de determinado clube, o fizemos de maneira totalmente imparcial. Caso não tenha notado existe um lugar no site em que se pode ver que todos nós somos formados, sérios e honestos com nossa profissão.

    Caso não tenha gostado, reclame, é seu direito. Mas reclame com conhecimento do que reclama, pois é por estas e outras que seu País está como está. As pessoas reclamam sem saber do que reclamam, na hora errada e sem saber com quem.

    Obrigado.

    Junior Sagster

  • Diogo Terra

    Os problemas mencionados entre Bianchi e Macri se dão por questões extra-campo. O mandachuva, com aspirações políticas, não suportava ver a totalidade dos méritos nas conquistas serem atribuídos aos jogadores e ao Virrey. Isso ninguém discute.

    De acordo com um ex-aliado político de Macri, Roberto Digón, a verdadeira causa do cisma foi mais delicada. Ao assumir a presidência em 1995, o atual prefeito de Buenos Aires falava aos quatro ventos em priorizar as categorias de base – contratou Jorge Griffa, especialista em revelar talentos, ao Newell’s – e decretou o fim da farra dos empresários.

    Mas o que aconteceu, segundo Digón, foi exatamente o contrário: falando numa mesa-redonda do Canal 7, ele insinuou que vários “testas-de-ferro” se beneficiavam das transferências de jovens jogadores, obviamente ainda não formados.

    Bianchi insistia em que deveriam ficar no clube e receber oportunidades – nenhum técnico na história do Boca deu tantas chances aos “pratas da casa” – mas essa iniciativa despertava a ira de intermediários sempre dispostos a ganhar o seu nas transações.

    O caldo foi engrossando, o ressentimento aumentando, mas politicamente era inviável entrar em choque publicamente com um técnico multicampeão. Era mais fácil agir por baixo dos panos.

    E assim Bianchi foi tendo seu piso serrado até que, na partida de volta da final da Libertadores de 2004, contra o Once Caldas, ficou sabendo que dezenas de aspones amigos do presidente ocupavam a tribuna de honra cedida pelos colombianos – enquanto que sua mulher e filhos tiveram que se virar na arquibancada lotada, ao lado dos argentinos que haviam viajado até Manizales.

    A derrota nos pênaltis precipitou o fim da era Bianchi no clube. Excepcional treinador, sem dúvida, mas íntegro demais para o ambiente enlameado da diretoria xeneize. Tentou voltar em 2009 como manager, mas foi devidamente fritado pelos mesmos picaretas e seus cúmplices travestidos de jornalistas.

  • Caio Brandão Costa

    “Lembro-me que o Vasco, em 2001, tinha um recorde impressionante, de mais de 30 partidas invicto. Ganhamos o jogo de ida, por 1 a 0, e o de volta, por 3 a 0. Tudo isso flui. Para os adversários, jogar contra o Boca não é o mesmo que contra um time qualquer” – palavras do Schelotto a um guia da Libertadores 2007 da Trivela

  • Gabriel Ribeiro

    Aguardo ansiosamente a publicação do “Boca Juniors: Uma história vencedora na Copa Libertadores de América – Parte 5”. Existe previsão??
    E parabéns pelo trabalho tanto de pesquisa quanto de redação. Um belíssimo material para quem gosta de futebol argentino e, principalmente, do CABJ.

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