Gimnasia e Estudiantes fazem primeiro grande clássico da temporada

A grande atração do fim de semana do Clausura 2011 é o confronto entre Estudiantes e Gimnasia. E não apenas por ser um clássico com 95 anos de história. Neste encontro em especial, há elementos de sobra para apimentar a partida.

Para começar, é o único clássico da primeira divisão nesta temporada a ser disputado por equipes de fora da região metropolitana de Buenos Aires. Na verdade La Plata não chega a ser uma cidade interiorana: está a cerca de 50 km da capital, na província homônima. Mas como nenhuma das principais cidades provinciais (Córdoba, Mendoza, Rosário, Santa Fé) possui dois representantes na primeira divisão nesta temporada, este é o confronto que mais se assemelha a um clássico interiorano na atual edição do campeonato argentino.

Mas o principal elemento a tornar esta partida tão especial é o aguardado confronto entre dois ídolos históricos das duas equipes. Pelo Estudiantes, Juan Sebastian “La Brujita” Verón. Do lado do Gimnasia, Guillermo “Mellizo” Barros Schelotto. Os dois craques possuem muito em comum, além de terem sido revelados nas categorias de base dos dois grandes rivais.

Verón foi revelado pelo Estudiantes, e foi elemento chave na campanha que levou sua equipe de volta à primeira divisão em 1995. Após uma passagem pelo Boca Juniors, se transferiu para a Sampdoria. Depois de 11 anos, duas copas do mundo, seis equipes de Itália e Inglaterrra, Verón voltou à velha casa. E conseguiu reerguer o clube Pincha, que nesse período conquistou uma Libertadores e dois campeonatos nacionais.

Schelotto estreou no Gimnasia em 1991, após uma vida nas categorias de base do clube. Após seis anos brilhantes chegou ao Boca Juniors, onde conquistou 4 Libertadores e 2 Mundiais.  Em 2007 se transferiu para o Columbus Crew, dos EUA, onde também fez sucesso. E após 14 anos longe do clube tripeiro, fez o mesmo que Verón e voltou às suas origens em La Plata. Mas ao menos a princípio, suas expectativas são mais modestas: livrar o Gimnasia do rebaixamento.

Embora tenham atuado por anos nos rivais de La Plata, esse confronto será o primeiro encontro entre os dois grandes ídolos no clássico, caso se confirme a presença de Verón em campo (o jogador sentiu uma lesão e é dúvida para o jogo).

E a partida pode ser decisiva para ambas. Após alguns anos de ouro, o Estudiantes luta para se manter no topo com um novo treinador. Por seu lado, o Gimnasia quer viver os bons dias que nem estão tão distantes assim. De meados dos anos 1990 à metade da década seguinte, a melhor equipe da cidade foi o Gimnasia. Com uma bela equipe, o Lobo disputava as primeiras posições na tabela, chegando a seis vice-campeonatos entre 1995 e 2005. Enquanto isso, o grande rival platense passava a maior parte do tempo na metade de baixo da tabela, chegando a amargar o rebaixamento.

No entanto, em 2006 o jogo virou. Verón retornou às raízes e comandou a espetacular recuperação do clube do seu coração. Enquanto isso o rival despencava, passando a lutar contra o rebaixamento. Nas duas últimas temporadas escapou de cair por um triz, em ambos os anos se salvando no apagar das luzes, em confrontos diretos com o Atlético Rafaela.

Agora a situação é indefinida. O Estudiantes perdeu o treinador Alejandro Sabella, contratou o novato Eduardo Berizzo e ainda não se acertou. Foi goleado pelo Cruzeiro na Libertadores e perdeu em casa para o Banfield na última rodada do Clausura. Enquanto isso, o Gimnasia trouxe o treinador Angel Cappa e repatriou seu grande ídolo. Começou mal, mas na última rodada venceu o Cólon dentro de Santa Fé. A esperança do Lobo é que o clássico marque uma nova virada no eterno combate entre os inimigos de La Plata.