Independiente faz história e é campeão da Copa Sul-Americana
O grito preso na garganta durante 15 anos explodiu da torcida do Independiente. Em um jogo dramático com o Goiás,o Club Atlético Independiente conseguiu a vitória por 3 a 1 no tempo normal, ficou no empate sem gols na prorrogação e, com a vitória por 5 a 3 nas cobranças de pênaltis, conquistou sua primeira Copa Sul-Americana e a 16ª Copa de sua história.
Cerca de 40.000 torcedores lotaram o Libertadores da América. Criaram uma atmosfera própria para as decisões, cantando sem parar e transformando o estádio num caldeirão. Ontem, 5.000 desses torcedores compareceram ao mesmo estádio para dar força aos jogadores após o último treinamento do time antes de jogo. E essa força estimulou ainda mais os comandados de Mohamed.
Jogando com o uniforme alternativo de cor azul (não jogou com o tradicional uniforme vermelho por conta de uma superstição), o Independiente não conseguiu pressionar o time brasileiro no começo do jogo,como o esperado. O que houve foi o contrário: o Goiás manteve a posse de bola e neutralizou muito bem as jogadas ofensivas do Independiente. Os jogadores do time vermelho tentavam vir com a bola para perto da área e não conseguiam dar o último passe para que o ataque pudesse ser concretizado.
Quando os times ainda se estudavam, o gol do Independiente aconteceu. E, mais uma vez, por meio da bola parada. Aos 19 minutos, uma falta cobrada por meio de uma jogada ensaiada colocou Matheu na cara do gol de Harlei. O zagueiro chutou forte e o goleiro goiano defendeu, mas deu o rebote. E Julián Velázquez apareceu sozinho para empurrar para as redes.
O Goiás não se deu por vencido e conquistou o empate mais cedo do que muita gente esperava. Apenas três minutos após levar o gol, um cruzamento da esquerda de Wellington Saci encontrou a cabeça de Rafael Moura. O atacante tocou a bola por cima do goleiro Navarro e a bola morreu dentro do gol do Rojo. Era o empate goiano e o oitavo gol de Rafael pela competição.
A partir do empate a equipe de Mohamed passou a ir ao ataque com menos intensidade. Foi quando a sorte decidiu entrar em campo e não largar mais o time de Avellaneda. Aos 27 minutos o segundo gol do Independiente aconteceu de maneira totalmente fortuita. Numa bola passada a Mareque, houve o desvio da zaga goiana e na sequência a bola bateu em Parra, pegando o goleiro Harlei totalmente desprevenido. E sete minutos depois, outro gol inusitado para os argentinos. Parra tentou aproveitar um cruzamento de Rodríguez e pulou com Marcão para disputar o lance. O atacante caiu, mas a bola ficou exatamente na frente do seu pé. Assim, o jogador não teve dúvidas em chutar a gol e marcar o terceiro gol do Independiente na partida.
Como não poderia deixar de acontecer numa final, houve algumas polêmicas e fortes emoções. O Goiás reclamou de vários impedimentos que resultaram em gols anulados (bem anulados, por sinal) e teve diversas chances para diminuir o marcador, sobretudo com Rafael Moura. Porém o atacante se deparou com o sempre impressionante Hilario Navarro, que fez ao menos três excepcionais defesas. Com o desgaste físico aparecendo na equipe argentina, o Goiás equilibrou as ações no segundo tempo, mas não conseguiu diminuir. Assim, o resultado do tempo normal ficou no 3 a 1 e o jogo foi para uma prorrogação de 30 minutos.
Na prorrogação ficou ainda mais evidente a falta de preparo físico do Independiente. O Goiás dominou amplamente os dois tempos suplementares e só não marcou o gol pois a trave e um lance irregular salvaram a equipe vermelha. Rafael Tolói cabeceou uma bola no poste esquerdo de Harlei logo a um minuto do segundo tempo e logo depois Rafael Moura fez um gol em posição irregular. Tudo o que o time e a torcida do Independiente queriam era o término da prorrogação sem gols. E foi o que aconteceu. Assim, a disputa pelo título da Copa Sul-Americana terminaria nos pênaltis.
Todos os jogadores argentinos e brasileiros converteram suas cobranças até a terceira cobrança da equipe goiana. Felipe chutou na trave e deu a vantagem para o Independiente. No último pênalti, o veterano zagueiro Tuzzio cobrou com perfeição e deu início à festa no Libertadores da América. A equipe vermelha levava um dos poucos títulos que faltavam em sua vasta coleção de troféus, conquistava uma vaga para a Libertadores do ano que vem (e de quebra tirou o arquirrival Racing da disputa) e se credenciava a disputar mais três troféus em 2011: a Copa e a Recopa Sul-Americanas e a Copa Suruga Bank, promovida por um banco japonês.
O “Rei de Copas” voltou em grande estilo após uma longa estiagem de 15 anos.
INDEPENDIENTE – Navarro; Tuzzio, Matheu, J.Velázquez e Mareque; Fredes (M.Velázquez), Cabrera, Patricio Rodríguez (Gracián), Martínez (Gómez) e Battión; Parra
Técnico – Antonio Mohamed
GOIÁS – Harlei, Ernando, Rafael Tolói e Marcão; Douglas (Everton), Amaral, Carlos Alberto, Marcelo Costa e Wellington Saci; Rafael Moura e Otacílio Neto (Felipe).
Técnico – Artur Neto
Árbitro – Oscar Ruiz (COL)
Estádio – Libertadores da América
Jogo pra cardíaco, 2º tempo foi pavoroso, esperava uma pilha de gols pra encaminhar bem o título.hehe
Mas se não tem técnica, vai na garra mesmo.
No mais, a tradição falou mais alto, Goias rebaixado numa libertadores e times como Independiente e Grêmio fora? O cara la de cima caiu em si e abençoou o chute do Felipe, na trave!!, nada mais justo!!
EL ROJO CAMPEON !!!!!!!!
Que esta noche
cueste lo que cueste,
esta noche tenemos que ganar!