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04/12/1927: A quebra do maior jejum sem Superclássicos

Astros do Boca Juniors 1927/28 na El Gráfico: Cherro (detalhe), Bissio e Moreyras (de pé).

A história do Superclássico entre Boca Juniors e River Plate registra apenas um jogo em um 4 de dezembro. Esse jogo aconteceu em 1927, válido pela Primeira Divisão Argentina daquele ano.

Era a 33ª rodada do campeonato. Ela deveria ser a última rodada em um campeonato de 34 equipes, mas com tantas reprogramações de jogos, o torneio entraria com jogos por janeiro de 1928 inteiro, tendo o último jogo-desempate (rebaixamento entre Defensores de Belgrano e Tigre) realizado apenas em abril de 1928.

O árbitro era J. Repossi e apitava um jogo especial. Muito mais do que o XIII Superclássico, a partida era a primeira entre as equipes após um jejum de 8 anos (o último jogo fora um 0 a 0 em 27/07/1919). Isso aconteceu porque, depois do XII Superclássico, Boca Juniors e River Plate começaram a pertencer a Primeras Divisões de entidades diferentes.

Esse foi o maior jejum de tempo no Superclássico. O segundo maior é de 4 anos, entre o I Superclássico (02/08/1908) e II Superclássico (15/12/1912).

Com seu mando de jogo, o Boca Juniors entrou com Tesoriere; Strada e Mutis; Médice, Fleitas Solich e Moreyras; Evaristo, Kuko, Tarasconi, Cherro e Bissio. Algumas fontes dizem que Olmo e não Bissio jogou aquele dia.

Já o visitante River Plate jogou com J. Iribarren; Choperena e J. C. Iribarren; Maresca, Cacopardo e Patiño; Ozilio, Penichet, Clarke, Granara Costa e Gondar.

Pouco sabemos do jogo, mas temos o placar final. Cherro fez o 1 a 0 final logo aos seis minutos do primeiro tempo.

Essa foi a terceira vitória do Boca Juniors em Superclássicos. Na época, o placar do clássico era de 3 vitórias do Boca, 5 empates e 5 vitórias do River Plate. O maior placar na época era um River Plate 4 a 2, realizado pela Copa Competencia 1915, vencida pelo Porteño que eliminou o River nas quartas-de-final.

A vitória no Superclássico não garantiu ao título para o Boca Juniors. Com 56 pontos, foi superado em um ponto pelo San Lorenzo, o campeão daquele ano. Já o River Plate teve que se contentar em um 10º lugar, atrás de San Lorenzo, Boca Juniors, Lanús, Ferro Carril Oeste, Huracán, Independiente, Racing, Sportivo Palermo e Sportivo Barracas.

Rafael Duarte Oliveira Venancio

Em 2010, na primeira versão desse texto, Rafael Duarte Oliveira Venancio escrevia para o Futebol Portenho, era professor do Senac e doutorando na USP. Em 2014, era professor doutor da Universidade Federal de Uberlândia e mantinha o blog Lupa Esportiva no Correio de Uberlândia. Agora, em 2020, é pós-doutor pela ECA-USP, além de escritor e dramaturgo com peças encenadas em 3 países e em 3 línguas. Nestes 10 anos, sempre tem alguém comentando este texto com ele, seja rindo, seja injuriado...

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