Sul-Americana

Irreconhecível, Independiente perde para o Goiás na final da Sul-Americana

Direto de Goiânia – Estádio Serra Dourada abarrotado como a muito tempo não se via. O clima era hostil como sempre é em jogos envolvendo Brasil e Argentina. Xingamentos, ameaças e porque não, agressões, como a que a torcida do Goiás fez na chegada do Independiente ao estádio. Se o time sentiu, somente os jogadores e a comissão técnica poderiam dizer. Mas que dentro de campo, Rojo se mostrou irreconhecível, sem gana, isso foi. E tal rendimento fez com que o Goiás abrisse 2×0, o necessário para o triunfo na primeira batalha da final da Sul-Americana.

O Independiente até começou melhor. Criou a primeira chance do duelo num cabeceio a queima roupa de Galeano. E só. Depois, o que se viu do Independiente foi uma equipe nervosa, sem ação e demasiada violenta. Quando tentavam chegar ao ataque eram detidos por Marcão e Rafael Toloí ou falhavam nas no último passe. Definitivamente, não era a noite do Rojo. A defesa não conseguia impor o respeito necessário para uma final de Sul-Americana. E isso pesou.

Em menos de 20 minutos, o Goiás marcou nada menos que dois gols. Ambos em falhas de Mareque. Na primeira, aos 14, Carlos Alberto ganhou o meia esquerda e cruzou para Rafael Moura, livre dentro da área, mandar para as redes. Seis minutos depois o mesmo meia falhou, junto a toda defesa do Independiente e Otacílio Neto voltou a concretizar para a equipe brasileira. Um placar que se mostrou injusto pelo decorrer da primeira etapa, já que o Goiás poderia ter feito mais, se não fosse o goleiro Hilário Navarro, que mesmo espalhafatoso em alguns momentos, salvou a equipe de um desastre.

Na segunda etapa, nada mudou. Mesmo com a entrada de Patito Rodriguez, deixando o time mais ofensivo, o Independiente não conseguia se controlar. Errava passes atrás de passes (em um momento da partida foram nada menos que quatro em menos de um minuto) e não conseguia esboçar uma mínima reação. Para piorar, aos 15 minutos, Silvera foi estúpido o suficiente para dar uma cotovelada em Rafael Toloí. Cartão vermelho mais do que justo. Justamente no momento que originou a única ação ofensiva do Rojo em quase uma hora.

Incrivelmente, após a expulsão, o Rojo começou a gostar da partida aproveitando um fator que todos os times brasileiros sofrem: não saber jogar com um a mais. Enquanto o Independiente pressionava, o Goiás sofria nas finalizações. Não conseguia aproveitar os contra-golpes, mesmo em jogadas em quatro contra dois, desperdiçando uma ótima oportunidade de praticamente sacramentar o duelo nesta partida de ida.

O resultado saiu barato para o Independiente, nesta que foi a pior partida de Antonio Mohamed a frente do time desde sua chegada. Ficou barato também pela incapacidade ofensiva do Goiás, que apesar de um a mais durante toda a partida, não conseguiu golear o Rojo. Na partida de volta, o Independiente terá de fazer três gols para conseguir o título. Caso faça só dois – mesmo se o Goiás fizer um gol fora, o que na final do torneio não conta – levará o duelo para os pênaltis. Ainda há esperança dos Diabos Vermelhos de Avellaneda.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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