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Boca Juniors x Independiente: uma rivalidade marcada pelo equilíbrio

Sequência de fotos onde Bochini marca um gol contra o Boca em 1989

Ambos os times são de 1905. Ambos os times têm muita tradição em Copas. Ambos os times reclamam para si o título de “Rei de Copas”. Com essas similaridades, nada mais natural que Boca Juniors e Independiente apresentem números equilibrados no retrospecto de confrontos entre si.

Somente depois de quatro anos de fundados os times fizeram seu primeiro jogo, numa tarde de 14 de novembro. Talvez como um indicativo do que seria a tônica do enfrentamento das duas equipes, o resultado foi um 0 x 0, placar extremamente incomum para a época.

Se considerarmos todos os jogos entre as duas equipes, com a era amadora e a profissional, tivemos 272 partidas entre os gigantes. O Boca venceu 103 jogos, o Independiente venceu 92 e houve 77 empates. O Xeneize marcou 394 gols e o Rojo marcou 374.

Já na época do profissionalismo, em 174 partidas o Boca venceu 65 jogos, o Independiente venceu 59 e houve 50 empates. O time auriazul marcou 252 gols e o time vermelho balançou as redes por 245 vezes.

O Independiente é o responsável pela maior derrota da história do Boca em todos os tempos. Em 21 de julho de 1940 o time de Avellaneda aplicou 7 x 1 no rival, com dois gols marcados pela lenda Arsenio Erico, outros dois marcados por Antonio Sastre (que depois atuaria no São Paulo), um de Leguizamón, um de Martínez e um gol contra de Ibañez.

A goleada imposta pelo Independiente, no entanto, não o credenciou ao título argentino daquele ano. E a derrota que selou essa perda foi justamente para o Boca. O 5 x 2 marcado pelo time xeneize não foi capaz de devolver a humilhação imposta, mas foi o suficiente para dar o título nacional para a equipe.

A partir de então os confrontos ficaram cada vez mais equilibrados e mais “quentes” a partir da década de 80. Foi quando o Independiente aplicou dois 5 x 2 no Boca. Um deles aconteceu em plena Bombonera, pelo Metropolitano de 1980. O outro aconteceu no Argentino da temporada 86/87, na Doble Visera.

Em 29 de novembro de 1989 os dois times entraram em campo pela final da Supercopa da Libertadores. No primeiro jogo, em Avellaneda, empate por 0 x 0. O jogo da volta também acabou sem gols e a decisão foi para os pênaltis. E então a estrela de Navarro Montoya brilhou com a defesa do chute de Artime e o Boca conquistou seu 4º título internacional.

Já na decisão da Supercopa dos campeões da Libertadores de 1994 a história foi diferente. Em mais dois jogos muito equilibrados, o Rojo levou o título do torneio. No jogo de ida, na Bombonera, empate por 1 x 1. E no jogo decisivo, Sebastián Rambert fez o gol da vitória do Independiente, que daria o 14º título internacional ao time vermelho de Avellaneda.

No ano passado, o Independiente quebrou um jejum de 13 anos sem vencer o rival na Bombonera. Com gols de Silvera e Piatti, o Rojo derrotou o Boca por 2 x 1. E nesse ano, na primeira vez que se enfrentaram no novo estádio Libertadores da América, o time xeneize não foi um visitante educado e venceu os vermelhos por 3 x 2, tirando o time da casa da disputa do título do Clausura.

Amanhã apresentaremos com detalhes cinco jogadores que fizeram parte da história de Boca Juniors e Independiente.

Alexandre Leon Anibal

Analista de sistemas, radialista e jornalista, pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. Neto de argentinos e uruguaios, herdou naturalmente a paixão pelo futebol da região. É membro do Memofut, CIHF, narrador do STI Esporte (www.stiesporte.com.br ) e comentarista do Esporte na Rede, programa da UPTV (www.uptv.com.br ).

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