2010 sem Copa para o Boca

A possibilidade surgiu desde o dia 21 de maio, quando o Boca Juniors caiu diante do Defensor em casa. A realidade já pairava sobre Casa Amarilla a partir do momento em que os resultados não chegavam. Neste domingo, perdendo do San Lorenzo por 3 x 0, a matemática é quem tratou de sacramentar uma dura verdade: a Copa Libertadores não contará com os Xeneizes em 2010.

Só isso já serve para entristecer o ano de 2009 do Boca, mas fica ainda pior quando se percebe que nenhum título foi conquistado, costume criado desde 2002. Nem mesmo uma singela Recopa para consolação.

Naturalmente, começa agora uma caça aos culpados. E eles quem seriam?

Na visão deste humilde repórter, melhor nunca esquecer dos males de Carlos Ischia. Ele deixou o time na lastimável 14ª posição no Clausura, sendo a faísca que acendeu a fogueira da crise. Nunca implantou uma unidade na escalação do time. As únicas coisas nas quais ele insistiam davam errado, tal como Gracian de armador e Gaitan de ala esquerda. Criatividade zero.

Mas o favorito dos indignados está sendo de longe Alfio Basile. Ele assumiu com a missão de sacudir as coisas no Boca. Só que, por incrível que pareça, não mudou nada.

Contratou alguns bons jogadores, como Gary Medel e a volta do Pocho Insua. Achou a posição onde Gaitan enfim seria útil, ao lado de Palermo no ataque. No entanto, insistiu em Ibarra, Battaglia, Palermo, Roman e, principalmente, Pato. Todos grandes jogadores, porém de tamanha irregularidade que deixou o time inconstante, seja pela idade ou qualquer outro motivo.

Um deles, talvez o mais convincente, seria o da briga entre caciques do elenco. O noticiário do Boca se tornou palco para troca de farpas, onde o maior injuriado era o torcedor, embora não deixasse de ir a Bombonera apoiar o clube. Alfio Basile deveria administrar a situação. Não conseguiu.

E claro, nunca faltam os dirigentes na hora de achar um Judas. O mais execrado de todos, acredite se quiser, era Carlos Bianchi. Não pelo que fez, e sim porque ninguém sabe até hoje a importância dele ganhando salário alto como gerente no Boca. Ontem mesmo, José Beraldi, vice-presidente do clube, foi quem falou de possíveis contratações, em vez do Virrey.

Diante de tantos responsáveis pela crise, o mais sensato a se dizer seria: todos são culpados.

Mas ainda melhor e mais sensato é trabalhar no erro de cada um para reerguer o Boca Juniors de forma digna.

Se a irregularidade do time incomoda (ganha do Gimnasia por 4 x 0 e depois perde do San Lorenzo por 3 x 0), por mais que machuque ídolos, uma renovação é o caminho. Gago será bem-vindo, emobra só ele seja pouco.

Se o treinador não serviu para levar o time adiante, conversemos com ele. Basile que ficar, que fique. Se não, boa vida.

O fato do Boca fora da Libertadores 2010 é triste e irremediável. Todavia pode ser a chance de uma redenção, tal qual em 2007. Basta passar a perseguir os erros, em vez dos errados.