Em post de ontem, explicamos como funcionará a primeira divisão do campeonato argentino no primeiro semestre de 2016. Leitores mais atentos perceberam que o novo campeonato terá apenas um semestre. Agora explicamos porque isso acontecerá e como se organizará o futebol de clubes do país como um todo no ano que vem.
Há 25 anos o futebol argentino segue o calendário do futebol europeu. Ainda que nem sempre o mais adequado ao clima local (com muitos jogos no verão), a ideia é que os clubes não percam muitos jogadores por venda para o exterior no decorrer dos campeonatos. Como nesse periodo se jogava um campeonato por semestre (os “torneios curtos”), as janelas de transferências para a Europa nunca ocorriam durante qualquer competição.
A grande exceção foi justamente 2015. De olho nos votos dos clubes do interior, Julio Grondona criou o campeonato de 30 clubes, com duração ao longo do ano de 2016. A temporada 2013-2014 foi a última moldada no calendário europeu. No segundo semestre de 2014 houve um torneio curto, de transição, e este ano o monstrengo concebido pelo Chefão foi disputado pela primeira vez.
O campeonato curto a ser jogado no próximo semestre será um outro torneio de transição, para a volta ao calendário antigo. Como explicamos ontem, serão 15 rodadas, com os 30 clubes divididos em duas zonas de 15, que jogam apenas entre si com a rodada extra só com clássicos. Os campeões de cada zona fazem a grande final em jogo único e campo neutro (detalhes aqui). A equipe que tiver o pior Promédio será rebaixada para a B Nacional. Os dois melhores de cada zona se classificam para a Libertadores juntamente com o campeão da Copa Argentina (sem dúvidas o ponto mais positivo de todos, um sistema de classificação simples e racional para a maior competição do continente).
As divisões de acesso também serão jogadas no regime de transição, ainda que cada uma com sua fórmula. A B Nacional, por exemplo, será em turno único, todos contra todos, mais uma rodada de clássicos, ao fim das quais serão definidos o acesso e o descenso de uma equipe. No meio do ano a Argentina volta ao calendário europeu, supostamente com torneios longos com duração de um ano, ao invés de dois curtos por temporada, em moldes a ser definidos.
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